“Não tenho certeza de nada, mas a visão das estrelas me faz
sonhar”. Todos nós podemos concordar com essa frase inspiradora de Vincent Van
Gogh, certo?As estrelas nos levam aos limites de nossa imaginação. Mas além de
serem parte de nosso imaginário, temos muito a ver com elas. Assim como todos
nós, elas nascem, se desenvolvem, envelhecem e “passam dessa pra melhor”... Essa
sequência de acontecimentos será o assunto de nossa série de artigos, a
fascinante e misteriosa Evolução Estelar!
A pergunta que não quer calar... De onde vêm as estrelas?
Nebulosa de Orion, distante em média 1.600 anos-luz, na constelação de Orion. É um conhecido berçário de estrelas. Fonte: Divulgação/NASA |
Tudo começa em imensas - imensas mesmo - nuvens de gás e
poeira chamadas de nuvens moleculares que se espalham pelo meio interestelar,
elas são o “útero materno” de nossas queridas estrelas. Suas dimensões são
impressionantes, podem chegar na ordem de mil anos-luz!
E os números absurdos não ficam só por conta do tamanho, mas
também da massa. Vão de algumas centenas a milhares de vezes a massa do sol.
Algo em torno de 10% de toda a massa de nossa galáxia está nessas nuvens. Isso
equivale a cerca de 10 bilhões de sóis! Ufa...
Já em relação à constituição química, podemos dizer
que elas têm muito Hidrogênio em sua forma molecular, cerca de 80% a 90%. A outra parte é
constituída de Hélio e outros elementos em menores quantidades.
A temperatura típica das nuvens está na
casa dos -200°C! Com relação à densidade, os valores típicos ficam ao redor de
apenas 30 átomos para cada cm³. Para você ter a ideia de o quanto elas são
rarefeitas, nossa atmosfera é
trilhões de vezes mais densa do que estas nuvens moleculares.
Nascimento de uma estrela
A existência de uma nuvem molecular por
si só não gera novas estrelas. Mas é necessário um “empurrãozinho” para a
formação estelar. Esse “empurrãozinho” é na verdade uma instabilidade gravitacional
vinda da explosão de estrelas, colisão de nuvens moleculares, dentre outros
fenômenos. Esses acontecimentos podem fazer com que regiões mais densas dessas
grandes nuvens comecem a se contrair devido a ação de sua própria gravidade.
Formam-se espécies de “coágulos” em contração. A nuvem, antes em equilíbrio, se
fragmenta.
Sabemos, pelas leis da física, que à medida
que a densidade aumenta a força de atração gravitacional também irá se
intensificar. Desse modo, cada vez mais massa da nuvem é comprimida nesses
“coágulos”. E à medida que essas estruturas ficam mais e mais densas, a
temperatura também se eleva muito em suas regiões centrais. À esses “coágulos”
dá-se o nome de proto-estrelas, os embriões das estrelas futuras.
Animação representando a aglutinação de matéria da nuvem molecular
nas proto-estrelas. Fonte: Youtube
As proto-estrelas
Concepção artística de como seria uma proto-estrela e o disco de poeira e gás em rotação ao redor dela. Acredita-se que é à partir desse disco que são formados os planetas. Fonte: Divulgação/Google |
A contração das proto-estrelas continua,
e à medida que se contraem elas se achatam devido ao aumento da velocidade de
rotação. As regiões mais externas dessas estruturas ficam com uma temperatura mais
baixa. É nessa região que materiais mais pesados se aglutinam e começam a
formação do que um dia poderá se tornar planetas, asteróides e cometas.
Acredita-se que esse foi o processo de formação que originou o nosso Sistema
Solar.
Voltando às proto-estrelas... Elas
continuam a contração e se tornando cada vez mais densas e quentes e se aproximando
dos estágios finais. Quando a temperatura chega na ordem dos 10 milhões de
graus no núcleo do astro, a fusão nuclear do hidrogênio inicia e a aglutinação de matéria da nuvem cessa. Nasce então uma
nova estrela envolta aos restos de sua nuvem mãe. Ela então se estabiliza e
poderá viver por bilhões anos. À partir desse ponto, o fator fundamental para a evolução da estrela será a sua massa... Mas é história para outro artigo...
Representação artística da proto-estrela e da formação
de futuros planetas a partir de um disco de matéria em rotação.
Fonte: Youtube
As estrelas são belas na aparência e incríveis desde o seu nascimento... Nos próximos artigos daremos continuidade à interessante e impressionante evolução estelar... Você não pode perder, não é mesmo?
Comentem e compartilhem! Bons céus!
Referência
Introdução à Astronomia e Astrofísica –
INPE
Astrofísica Geral – Observatório Nacional
Centro de Divulgação da Astronomia - USP
Nenhum comentário:
Postar um comentário